As Good as It Gets

Ontem quando cheguei do trabalho estive a ver o telejornal na RTP internacional. Juro que fiquei de boca aberta quando ouvi que a NEC ia despedir vinte mil pessoas, o maior despedimento de sempre na história da Ásia. Isto sem contar com as restantes empresas que cada vez mais com este clima económico se vêm obrigadas a fazer cortes no orçamento que passa por dispensar funcionários. Se pensarmos nos funcionários, são pessoas como eu, como tu, que neste momento estão com a vida destorçada, sonhos acabados e uma enorme incerteza em relação ao futuro sobre como vão sobreviver a esta crise.
A Toyota este ano teve prejuizos, algo que não acontecia à 40 anos. Taxa de desemprego em Espanha está nos 8%. Com tudo isto dei por mim a perguntar onde é que vamos parar? Quando é que isto vai acabar?
Felizmente e dou graças a Deus todos os dias por isso, que não sinto a crise como se vê pessoas que não conseguem pagar as suas contas, afundadas em créditos e dividas, num ciclo vicioso que na maior parte dos casos a luz ao fundo do tunel já se apagou, ou fundiu sem hipótese de voltar a ser ligada, pelo menos nos tempos que se aproximam.

Nosso querido primeiro-ministro, em mais um episódio no minímo curioso como o Caso Freeport, para juntar aos tantos que teve o enorme prazer de realizar. Como é possível um primeiro-ministro dum país, que se diz desenvolvido, que tem de estar lado a lado com a inovação e o progresso, que está empenhadissimo de corpo e alma a gastar milhões num comboio de alta velocidade, ainda para mais numa altura como esta, estar envolvido num escândalo de tamanha proporção? Concordo plenamente que, ao vir a lume tantas informações em ano de eleições deve-se a questões de bastidores, contornos políticos que jamais comuns mortais iremos saber, mas independentemente de todas as jogadas polítcas e partidárias, os factos estão no papel. Há coicidências a mais, como ter reconhecido os impactos naturais favoráveis ao Freeport no ultimo dia do seu mandato, em funções de ministro do ambiente. Seja qual for o desfecho deste episódio a imagem de Sócrates já sofreu danos irreparáveis a níveis de confiança e credibilidade. Como já fez a JSD um cartaz muito bem conseguido com um cartoon de Sócrates a chamá-lo de pinóquio.

Depois das notícias e de ter ido jantar fora para ai à uma da manha, começou na televisão As Good as It Gets (Melhor é Impossível) com o grande Jack Nicholson, um dos meus actores preferidos sem dúvida, lá bem em cima.

E pronto, hoje foi acordar, praia, trabalho que vou sair daqui a nada, directo à tijuca ouvir Seu Jorge! Bom, muito bom...
Não me sai da cabeça viajar. Hoje na praia chegou um português que estuda aqui, que esteve 28 dias a fazer um mochilão passando pela Bolívia, Argentina, Chile e Peru. Não vou ter tanto tempo como ele para fazer viajar porque começo as aulas cedo, portanto estou a informar-me do que vale a pena mais ver, porque valer a pena vale tudo. SOUTH AMERICA.

Hoje falei também com a minha avózinha e com o meu tio Epá que estavam a almoçar com o meu pai. Tenho medo de não chegar a Lisboa a tempo de voltar a estar e poder conversar e dar um beijinho à minha avó.